sábado, agosto 03, 2013

Dar um sentido a vida

Padre Assis



A Liturgia deste domingo faz-nos percorrer um itinerário de fé muito interessante e questionador. A Palavra de Deus nos interroga: Que sentido tem a nossa vida? Qual é o centro da vida humana? A vida se limita ao tempo presente? A vida consiste ou se realiza no desfrutar dos bens materiais? Estes questionamentos, respondemos com nosso estilo de vida.
“Que sentido tem a nossa vida? Esta interrogação ocupa as mentes e as reflexões de muitas pessoas. De fato muitos, embora tendo uma vida social e economicamente satisfatória, não conseguem sentirem-se felizes; outros, perante as dificuldades, são tentados a entrar numa espécie de amargo cinismo e a entregar-se à procura de prazeres. O ‘vazio’ pode ser a origem de varias tristezas e depressões. Cria-se então a ilusão de que para sair deste estado de coisas é suficiente uma espécie de ‘filosofia’ de vida: coerência; desinteresse; agressividade ou fundamentalismo; ou então, simplesmente uma superficialidade e um espírito bonacheirão, que dá a cada um o ‘seu’ e também a Deus, desde que seja salvaguardado o seu espaço pessoal.
Em nossa sociedade existe a convicção de que o importante para viver bem é ganhar, gastar, desfrutar e satisfazer nossos desejos, muitas vezes disfarçados de necessidades. A Palavra de Deus desmascara esta ilusão... O autor do Eclesiastes, (cf. Ecl 1,2;2.21-23) um sábio de Israel comparado na sabedoria a Salomão, interroga-se para que afadigar-se na vida, agitar-se e inquietar-se. A sua sentença irônica e lapidar, ‘tudo é vaidade’ (1,2), (em hebraico, ‘vaidade’ = vazio) coloca a descoberto o fato de que nenhuma coisa, vista em si mesma, está em condições de dar um sentido à vida, mesmo as coisas mais sagradas como o trabalho feito conscienciosamente, a cultura mais profunda ou o sucesso merecido. O homem está como ‘nu’ perante a vida que o persegue de todos os lados com suas lógicas férreas, com a fragilidade, a velhice e a morte. E o grotesco é que, quando uma pessoa constrói alguma coisa com esforço e consciência, esta pode ser usufruída por um preguiçoso que o herda.” (1,21) (Casarin, 2010.)
Esta conduta do sábio a vemos, por exemplo, encarnada na pessoa de Jó, herói dos tempos antigos, considerado o grande justo, que permaneceu fiel a Deus na provação e que exclama com serenidade: “Nu sai do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá, o Senhor o deu, o Senhor o tirou, bendito seja o nome do Senhor!” (Jo 1,21)
VEJA MAIS NA PÁGINA DE ARTIGOS CLIQUE AQUI!

Nenhum comentário:

Postar um comentário