Pe. José Assis
“O Senhor
designou outros setenta e dois, e os enviou dois a dois à sua frente a toda
cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.” Assim São Lucas inicia um discurso
e ensinamento de Jesus sobre a missão, (cf. Lc 10,1-12.17-20) não dos Doze, mas
dos setenta e dois discípulos, isto é, quase todos aqueles que o seguiam
naquele momento, pois a evangelização não foi um privilégio exclusivo dos Doze.
Jesus dá
instruções aos discípulos a partir da realidade concreta de uma plantação
pronta para a colheita. Provocado pela urgência da missão nos “campos do
Reino”, como o dono de um campo agrícola que vê o trigo maduro em risco de se
perder, caso não seja logo colhido; e preocupado em encontrar braços para o
urgentíssimo trabalho: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.” (v. 2)
Nos campos, durante a colheita são as
pessoas que recolhem as coisas. Na colheita para o Reino de Deus, é necessário
cuidar de pessoas. Cada uma delas tem um valor infinitamente maior que tudo. Os
autores espirituais afirmam que, se existisse no mundo um só homem, também por
ele, o Filho de Deus desceria e morreria para salvá-lo. Não podemos, portanto,
imaginar que nos campos confiados à Igreja fique nem sequer uma só espiga sem
ser colhida, quer dizer, nem sequer uma pessoa pela qual Deus não haveria de
dar tudo para salvá-la. Por isso Jesus lamenta que “os operários são poucos”
para a colheita e que se deve pedir ao dono, o próprio Deus que mande
trabalhadores (cf. v.2) para que ninguém se perca.
Todos nós
sabemos que as dificuldades são inerentes à missão de evangelizar. Nunca foi
fácil evangelizar nem antes nem nos dias atuais. Jesus é consciente disso e
envia os seus evangelizadores “como cordeiros para o meio de lobos.” (v. 3) O êxito da
missão não está assegurado porque é possível a rejeição da mensagem e do
mensageiro; fato que o próprio Jesus e a Igreja experimentou e experimenta em
todos tempos.
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