sábado, julho 06, 2013

O olhar da Igreja sobre a Cidade

Pe. José Assis

“O Senhor designou outros setenta e dois, e os enviou dois a dois à sua frente a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.” Assim São Lucas inicia um discurso e ensinamento de Jesus sobre a missão, (cf. Lc 10,1-12.17-20) não dos Doze, mas dos setenta e dois discípulos, isto é, quase todos aqueles que o seguiam naquele momento, pois a evangelização não foi um privilégio exclusivo dos Doze.
Jesus dá instruções aos discípulos a partir da realidade concreta de uma plantação pronta para a colheita. Provocado pela urgência da missão nos “campos do Reino”, como o dono de um campo agrícola que vê o trigo maduro em risco de se perder, caso não seja logo colhido; e preocupado em encontrar braços para o urgentíssimo trabalho: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.” (v. 2)
Nos campos, durante a colheita são as pessoas que recolhem as coisas. Na colheita para o Reino de Deus, é necessário cuidar de pessoas. Cada uma delas tem um valor infinitamente maior que tudo. Os autores espirituais afirmam que, se existisse no mundo um só homem, também por ele, o Filho de Deus desceria e morreria para salvá-lo. Não podemos, portanto, imaginar que nos campos confiados à Igreja fique nem sequer uma só espiga sem ser colhida, quer dizer, nem sequer uma pessoa pela qual Deus não haveria de dar tudo para salvá-la. Por isso Jesus lamenta que “os operários são poucos” para a colheita e que se deve pedir ao dono, o próprio Deus que mande trabalhadores (cf. v.2) para que ninguém se perca.
Todos nós sabemos que as dificuldades são inerentes à missão de evangelizar. Nunca foi fácil evangelizar nem antes nem nos dias atuais. Jesus é consciente disso e envia os seus evangelizadores “como cordeiros para o meio de lobos.(v. 3) O êxito da missão não está assegurado porque é possível a rejeição da mensagem e do mensageiro; fato que o próprio Jesus e a Igreja experimentou e experimenta em todos tempos.

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