Duas virtudes evangélicas: a fé e a humildade
Ao longo do Ano Litúrgico não
celebramos temas, celebramos o mistério de Cristo, o Filho de Deus feito homem,
morto e ressuscitado para nossa salvação, segundo a nossa profissão de fé.
Para nós cristãos católicos a
celebração litúrgica é fonte de vida cristã e "na liturgia Deus fala ao
seu povo; Cristo continua a anunciar o Evangelho e o povo responde a Deus com o
canto e a oração." (Sacrosanctum Concilium n.33) Por isso acrescenta o Concílio
Vaticano II: "Para realizar uma obra tão grande (a salvação), Cristo está
presente na sua Igreja, sobretudo na ação litúrgica..., nos sacramentos..., e
na Palavra, pois quando na Igreja se lê a Sagrada Escritura, é ele quem
fala". (SC 7) Daqui se conclui uma presença de Cristo no mesmo nível, embora diversa,
na Palavra e nas espécies eucarísticas.
Por essa razão, "a Igreja venerou
sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não
deixando jamais, sobretudo na sagrada liturgia, de tomar e distribuir aos fieis
o pão da vida, quer da mesa da Palavra de Deus, quer da do Corpo de Cristo”. (Dei Verbum 21)
É muito estreita a ligação entre a
Palavra de Deus (leituras bíblicas e homilia) e o mistério eucarístico, que
constitui assim as duas partes da Missa; liturgia da Palavra e liturgia
Eucarística, unidas “num só ato de culto” (SC
56). Tanto a celebração
litúrgica como a Palavra de Deus atualizam o mistério de Cristo.
Passado o Tempo Pascal, retornamos ao
Tempo Comum. Na leitura evangélica seguimos este ano o terceiro evangelho, que
segundo uma tradição eclesial seu autor juntamente com o livro dos Atos dos
Apóstolos seria Lucas, mas, segundo os especialistas, isso não é totalmente
seguro.
Escrito por volta do ano 80 da era
apostólica o evangelho de Lucas tem um estilo literário melhor e mais rico dos
três sinóticos. Para alguns é o mais atual e humano de todos os livros do Novo
Testamento. É considerado o evangelho da misericórdia, do acolhimento e do
perdão e é também o evangelho dos pobres e da pobreza proclamada como uma das
bem-aventuranças e o próprio Jesus alerta para o perigo das riquezas à medida
que caminha da Galiléia para Jerusalém, onde o espera o fracasso aparente da
morte e a vitória da ressurreição. CONTINUE...
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