domingo, junho 16, 2013

Domingo do amor e do perdão

Domingo do amor e do perdão



Todos os evangelhos destacam em seus relatos a acolhida e compreensão de Jesus para com os grupos mais excluídos da sociedade, segundo os critérios religiosos da época: prostitutas, cobradores de impostos, leprosos... Seus gestos e mensagem provocam escândalo: os desprezados pelas pessoas “importantes” e lideranças religiosas têm um lugar privilegiado no coração de Deus. A razão é só uma: são os mais necessitados de acolhida, compreensão, dignidade e amor humano. Para Jesus o amor tem um valor supremo nas relações humanas.
Lucas é considerado o evangelista da misericórdia e dos pobres, mas, é também o evangelista das mulheres que também como os homens, seguiam a Jesus e o serviam. (cf. Lc 8,1-3) De fato, Lucas é quem cita o maior número de episódios nos quais se demonstra o trato de Jesus com as mulheres. Mas uma novidade é que a “Boa Notícia” de Deus para as mulheres, não está nas abundantes citações de sua presença junto a Jesus, mas sim na conduta de Jesus para com elas. Jesus as toca e se deixa tocar por elas, sem medo de ser contaminado (Lc 7,39; 8,44-45.54) e diferente dos outros mestres da época, Jesus aceita as mulheres como seguidoras e discípulas (Lc 8,2-3; 10,39).
O evangelho deste Domingo (cf. Lc 7,30-8,3) introduz outra grande novidade a dignidade da condição feminina. “O próprio comportamento de Jesus na casa de Simão expressa o reconhecimento da bondade de certos valores e expressões da personalidade feminina até então considerados com desprezo, como manifestações de fraqueza antes que de amor. A redenção da condição feminina começa, no evangelho, com a proclamação do primado do amor sobre a lei... a inovação mais profunda se encontra no ‘ensinamento de Jesus’. Esta inovação consiste na relativização do sexo e do matrimônio, mediante a posição dialética de um segundo estado, ou estrutura, de vida: o celibato e a virgindade pelo Reino. Um estado em que se realiza uma perfeita igualdade e onde não tem mais sentido a distinção entre sexo forte e sexo fraco, exatamente porque não é um estado baseado sobre o sexo (também se, evidentemente, não prescinde dele). A Igreja das origens mostrou que compreendeu, neste ponto, a novidade do evangelho e protegeu com uma honra extraordinária o estado virginal feminino... O ensinamento de Jesus, vai muito mais longe ainda. Jesus declara que entre o homem e a mulher o sexo não é a única relação possível, nem o único caminho de integração e de comunicação; há todo um imenso setor da vida, por exemplo, a evangelização e o Reino, onde, mesmo permanecendo idênticos, isto é, ou homem ou mulher, eles podem trabalhar juntos. Este era um ponto muito importante porque grande parte da subordinação da mulher nascia dali: ser vista quase exclusivamente como o outro sexo, ou antes, como puro e simples sexo, e o instrumento necessário para ter uma descendência... Jesus, com a famosa sentença sobre a indissolubilidade do matrimônio, faz o gesto inaudito de virar esta lógica e de pôr o amor e a fidelidade acima até da descendência e da procriação: por nenhum motivo é licito despedir a própria mulher!” (Cantalamessa, 2012.)...

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