sábado, janeiro 05, 2013

A manifestação de Deus em um Menino


Padre José Assis Pereira Soares
Epifania é uma palavra de origem grega que significava manifestação poderosa, aparição que sempre fazia referência à chegada de um Rei a uma cidade. Logo, no mundo clássico, se deu à palavra um sentido divino e assim significava a aparição de Deus ou um fato portentoso, um milagre relacionado com a divindade.
A Epifania é o outro nome que recebe o Natal, o nome que lhe deram as igrejas orientais desde o princípio. Nas igrejas latinas se deu este nome à celebração da chegada dos Magos do Oriente, uns pagãos ilustrados e sábios, a Belém. Na verdade era a manifestação de Deus a pessoas que não pertenciam ao povo de Israel. E nesse ato se abria uma nova dimensão que era a ampliação dessa pertença a Deus, como povo eleito a toda a humanidade. A Epifania significa, pois, essa manifestação de Deus, feito Homem, feito Menino a todos e que já se anuncia no chamado aos Magos, guiados pela Estrela, a tal realidade universal.
Se o Natal é a festa de origem latina que alude ao nascimento do Menino Deus, Epifania significa a manifestação desse Deus e sugere a ideia de iluminação ou de dar a luz. Por conseguinte, a metáfora bíblica desta festa é a luz, a estrela dos magos que veem do Oriente... “Ele revela-se como luz, não uma luz qualquer, mas como ‘a luz’ que veio resplandecer nas nossas trevas. Já o profeta Isaías tinha visto todas as nações dirigirem-se para Cristo, esplendor do Pai, revelação da Sua eterna glória”. (Casarin, 2009.)
O texto do livro do profeta Isaías (Cf. Is 60,1-6) adianta o sentido da festa: o universalismo da salvação de Deus. A terceira parte do livro de Isaías, com oráculos de um profeta desconhecido, se vale da imagem de Jerusalém, símbolo da presença de Deus, para afirmar que todos os povos buscarão a esse Deus.
Mas, para o significado desta festa é muito mais iluminador ler o texto de Mateus (cf. Mt 2,1-12) sem buscar exageradamente coincidências históricas. A perícope é um texto complicado, simbólico, arcaico, prefigurativo. Todos estes adjetivos se usam na hora de ler e interpretar o relato de Mateus sobre os magos, que veem em busca de uma estrela. E a verdade é que a exegese bíblica já deu numerosas mostras de maturidade na hora de interpretar um relato deste tipo, que desde logo, não pode ler-se histórica ou factualmente, ou menos ainda com opções fundamentalistas. Mateus não faz história, faz teologia a partir do nosso Deus que se fez Menino.
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