domingo, maio 08, 2011

Jesus o Pão da Vida

Diácono Bruno Costa de Medeiros – 3º Domingo da Páscoa – Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Diocese de Campina Grande.

Estimados irmãos e irmãs, hoje comemoramos o 3º domingo da Páscoa. Esta Sagrada Liturgia, é o tempo da Graça do Senhor, não podemos medir quantitativamente, porque celebramos o mistério de Cristo e há muito tempo - desde o início dos séculos - a gran­deza desse mistério não cessa de ser prefigurada e pre­nunciada; Na história humana, a divina se revela, por meio do Cristo que não modifica a natureza humana, mas a assume para torna-se o primogênito de toda humanidade.
Assim como em todas as idades deste mundo, desde Adão a Noé, de Abrão a Davi e o povo no cativeiro da Babilônia, a até o advento de Cristo, Deus vem assistindo-nos, sem descansar, para apenas no sétimo dia, concluída a obra da Criação, repousar na entrega livre de seu Filho, para nascermos com ele, recriados na sua Graça, a Graça crística que adentra em nossos ambientes fechados e concede-nos o dom da Paz! “A paz esteja convosco!”
Com isso, reflitamos que a menção ao Pão feita pelos evangelistas em relação a Jesus na tentação do deserto passando pela multiplicação dos pães até a Última Ceia, culmina em outra cena, esta que compomos agora, membros do corpo de Cristo, presença viva e real de Jesus no Santíssimo Sacramento, sinal de sua entrega! Portanto, sendo o evangelista Lucas, segundo a historiografia de Eusébio de Cesáreia II-III d.C., “companheiro de Paulo” e muitas vezes citado nas cartas Paulinas, “Lucas, meu querido médico” (Cf. Cl 4, 14), pois é certo que em outro momento, o próprio Paulo irá apontar para o fato da Eucaristia (Cf. I Cor 11, 17): “E tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei: isto é o meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim”. Contudo, na passagem do Evangelho segundo Lucas em seu capítulo 24, Caminhando, Jesus com Cléofas e o outro discípulo, que pode ser considerado cada um de nós, desanimados e inquietos pela forma da manifestação da Glória de Jesus, sem esperanças no caminho por não ter conhecido o ressuscitado. Jesus revela-se no seu corpo e seu sangue como sendo essencialmente o alimento que atesta a vida nova, nova e eterna aliança com toda humanidade! Assim, a eucaristia é a presença de Jesus na comunidade de ressuscitados! É por meio dela que os olhos dos discípulos se abrem e voltam a enxergar a novidade de Cristo, é Cristo, então, que une a comunidade dividida, de irmãos (as) que se separam e assim querem fazer o próprio caminho.
Caríssimos, a casa em Emaús que aqueles discípulos convidam Jesus para entrar, vindo Jesus a frente, é a prefiguração da Igreja de Cristo, que dentro dela traduz no altar todas as realidades humanas, chegam tristes e saem animados, como nos diz Bento XVI no seu livro Jesus de Nazaré: “O quarto  pedido do Pai Nosso (o pão nosso de cada dia nos daí hoje), aparece como o mais humano de todos” assim se o Senhor que nos orienta para o essencial e necessário, sabe de nossas necessidades! E não é assim que vivemos nossa fé!? Antes de Chegar o Senhor já estava a espera, sem pensar no que fazer, Jesus se faz na frente. A tradição da Igreja reflete que “este pão de cada dia”, pode muito bem ser traduzido, como um pão pedido não apenas para o presente, mas essencialmente para o futuro, para nossa realidade última e escatológica! Cristo é o Verdadeiro Escaton [nossa realidade última]. Com isso, inaugura-se uma novidade na história, quando a pessoa de Cristo traz em si todo o projeto do Pai no Espírito. Somos recriados! E como carecemos de uma recriação do Universo, mas isso acontece constantemente, inclusive nesse momento. A Eucaristia é esse sinal. João Paulo II nos atesta que sempre que a Eucaristia é celebrada, pode ser em uma pequena capelinha no alto de uma colina, ali, o cosmos abre-se e o eterno entra no tempo, percebamos também a dimensão da figura do Sacerdote e toda sua dignidade de trazer por suas mãos humanas, a presença divina de Jesus.
É fato, portanto, que a eternidade passa a co-existir na vida dos discípulos. Primeiro Jesus falar das escrituras para depois partir o pão e ficando invisível fisicamente, passa a ser contemplado interiormente fazendo eco de outro discípulo nas aparições do Cristo ressuscitado, com Tomé podemos dizer: “Meu Senhor e meu Deus!”, fica conosco, em uma vida nova! Agora, resgatada pelo precioso sangue de Cristo! Pois foi por Cristo que como Pedro nos diz, alcançamos a fé em Deus, a esperança que nos salvará, a caridade que nos manterá na fé genuína no Senhor que passou nessa terra fazendo o bem! Fica conosco senhor! Pão Nosso! Pão descido do Céu.


Nenhum comentário:

Postar um comentário