Palavras finais da homilia do Santo Padre Bento XVI na Missa de beatificação do Bem-aventurado João Paulo II: ![]() Por fim, quero agradecer a Deus também a experiência de colaboração pessoal que me concedeu ter longamente com o Beato Papa João Paulo II. Se antes já tinha tido possibilidades de conhecê-lo e estimar, desde 1982, quando me chamou a Roma como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, pude durante 23 anos permanecer junto dele crescendo sempre mais a minha veneração pela sua pessoa. O meu serviço foi sustentado pela sua profundidade espiritual, pela riqueza das suas intuições. Sempre me impressionou e edificou o exemplo da sua oração: entranhava-se no encontro com Deus, inclusive no meio das mais variadas incumbências do seu ministério. E, depois, impressionou-me o seu testemunho no sofrimento: pouco a pouco o Senhor o foi despojando de tudo, mas permaneceu sempre uma «rocha», como Cristo o quis. A sua humildade profunda, enraizada na união íntima com Cristo, permitiu-lhe continuar a guiar a Igreja e a dar ao mundo uma mensagem ainda mais eloquente, justamente no período em que as forças físicas definhavam. Assim, realizou de maneira extraordinária a vocação de todo o sacerdote e bispo: tornar-se um só com aquele Jesus que diariamente recebe e oferece na Igreja. ![]() Feliz és tu, amado Papa João Paulo II, porque acreditaste! Continua do Céu – nós te pedimos – a sustentar a fé do Povo de Deus. Muitas vezes, do Palácio, tu nos abençoaste nesta Praça! Hoje nós te pedimos: Santo Padre, abençoa-nos! Amém. ![]() ![]() [ (0) Comente ] [ envie esta mensagem ] [ link ] |
Brevíssima biografia do Beato João Paulo II Karol Józef WoJtyła, eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de Maio de 1920. Foi o segundo de dois filhos de Karol Wojtyła e de Emília Kaczorowska, que faleceu em 1929. O seu irmão mais velho, Edmund, médico, morre em 1932 e o seu pai, oficial do Exército, em 1941. Aos nove anos recebeu a Primeira Comunhão e aos dezoito o sacramento da Confirmação. Terminados os estudos na Escola Superior de Wadowice, inscreveu-se em 1938 na Universidade Jagellónica de Cracóvia. Depois de as forças ocupantes nazistas encerrarem a Universidade em 1939, o jovem Karol trabalhou (1940-1944) numa mina e, posteriormente, na fábrica química Solvay, para poder sustentar-se e evitar a deportação para a Alemanha. A partir de 1942, sentindo-se chamado ao sacerdócio, frequentou o Curso de Formação do Seminário Maior clandestino de Cracóvia, dirigido pelo Arcebispo local, o Cardeal Adam Stefan Sapieha. Simultaneamente, foi um dos promotores do «Teatro Rapsódico», também este clandestino. Depois da guerra, continuou os estudos no Seminário Maior de Cracóvia, novamente aberto, e na Faculdade de Teologia da Universidade Jagellónica, até à sua ordenação sacerdotal em Cracóvia a 1 de Novembro de 1946. Depois foi enviado pelo Cardeal Sapieha a Roma, onde obteve o doutoramento em Teologia (1948), com uma tese sobre o conceito da fé nas obras de São João da Cruz. Naquele período – durante as suas férias – exerceu o ministério pastoral entre os emigrantes polacos na França, Bélgica e Holanda. Em 1948, regressou à Polônia e foi coadjutor, primeiro na paróquia de Niegowić, próxima de Cracóvia, e depois na de São Floriano, na própria cidade. Foi capelão universitário até 1951, quando retomou os seus estudos filosóficos e teológicos. Em 1953 apresentou na Universidade Católica de Lublin uma tese sobre a possibilidade de fundar uma ética cristã a partir do sistema ético de Max Scheler. Mais tarde, tornou-se professor de Teologia Moral e Ética no Seminário Maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia de Lublin. Em 4 de Julho de 1958, o Papa Pio XII nomeou-o Bispo Auxiliar de Cracóvia e Titular de Ombi. Recebeu a ordenação episcopal em 28 de Setembro de 1958 na Catedral de Wawel (Cracóvia), das mãos do Arcebispo Eugeniusz Baziak. A 13 de Janeiro de 1964 foi nomeado Arcebispo de Cracóvia pelo Papa Paulo VI, que o criou Cardeal a 26 de Junho de 1967. Participou no Concílio Vaticano II (1962-65), dando um contributo importante na elaboração da Constituição Gaudium et Spes. O Cardeal Wojtyła tomou também parte na V Assembleia do Sínodo dos Bispos anterior ao seu Pontificado. Foi eleito Papa em 16 de Outubro de 1978 e, em 22 de Outubro, deu início ao seu ministério de Pastor Universal da Igreja. O Papa João Paulo II realizou 146 visitas pastorais na Itália e, como Bispo de Roma, visitou 317 das atuais 332 paróquias romanas. As viagens apostólicas pelo mundo – expressão da constante solicitude pastoral do Sucessor de Pedro por toda a Igreja – foram 104. Entre os seus principais documentos, contam-se 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas. Ao Papa João Paulo II devem-se ainda 5 livros: «Atravessar o Limiar da Esperança» (Outubro de 1994); «Dom e Mistério: Nas minhas Bodas de Ouro Sacerdotais» (Novembro de 1996); «Tríptico Romano», meditações em forma de poesia (Março de 2003); «Levantai-vos! Vamos!» (Maio de 2004) e «Memória e Identidade» (Fevereiro de 2005). ![]() Ora pro nobis! ![]() [ (0) Comente ] [ envie esta mensagem ] [ link ] |
26/04/2011 |
Leitura do Ofício do Beato João Paulo II, papa Abaixo, a leitura para o Ofício das Leituras do dia 22 de outubro, onde for celebrada a memória do Beato João Paulo II: Da homilia do Beato João Paulo II, papa, no início do seu pontificado: Pedro veio para Roma! E o que foi que o guiou e o conduziu para esta Urbe, o coração do Império Romano, senão a obediência à inspiração recebida do Senhor? Talvez aquele pescador da Galileia nunca tivesse tido vontade de vir até aqui. Talvez tivesse preferido permanecer, lá onde estava, nas margens do lago da Galileia, com a sua barca e com as suas redes. Mas, guiado pelo Senhor e obediente à sua inspiração, chegou até aqui! Segundo uma antiga tradição, durante a perseguição de Nero, Pedro teria tido vontade de deixar Roma. Mas o Senhor interveio: veio ao seu encontro. Pedro, dirigindo-se ao Senhor perguntou: "Quo vadis, Domine?” (Aonde vais, Senhor?). E o Senhor imediatamente lhe respondeu: "Vou para Roma, para ser crucificado pela segunda vez". Pedro voltou então para Roma e aí permaneceu até à sua crucifixão. O nosso tempo convida-nos, impele-nos e obriga-nos a olhar para o Senhor e a imergir-nos numa humilde e devota meditação do mistério do supremo poder do mesmo Cristo. Aquele que nasceu da Virgem Maria, o filho do carpinteiro – como se considerava –, o Filho de Deus vivo, como confessou Pedro, veio para fazer de todos nós “um reino de sacerdotes”. O Concílio do Vaticano II recordou-nos o mistério deste poder e o fato de que a missão de Cristo – Sacerdote, Profeta, Mestre e Rei – continua na Igreja. Todos, todo o Povo de Deus participa desta tríplice missão. E talvez que no passado se pusesse sobre a cabeça do Papa o trirregno, aquela tríplice coroa, para exprimir, mediante tal símbolo, que toda a ordem hierárquica da Igreja de Cristo, todo o seu "sagrado poder" que nela é exercido não é mais do que serviço; serviço que tem uma única finalidade: que todo o Povo de Deus participe desta tríplice missão de Cristo e que permaneça sempre sob a soberania do Senhor, a qual não tem as suas origens nos poderes deste mundo, mas sim no Pai celeste e no mistério da Cruz e da Ressurreição. O poder absoluto e ao mesmo tempo doce e suave do Senhor corresponde a quanto é o mais profundo do homem, às suas mais elevadas aspirações da inteligência, da vontade e do coração. Esse poder não fala com a linguagem da força, mas exprime-se na caridade e na verdade. O novo Sucessor de Pedro na Sé de Roma eleva, neste dia, uma prece ardente, humilde e confiante: “Ó Cristo! Fazei com que eu possa tornar-me e ser sempre servidor do teu único poder! Servidor do teu suave poder! Servidor do teu poder que não conhece ocaso! Fazei com que eu possa ser um servo! Mais ainda: servo de todos os teus servos.” Irmãos e Irmãs! Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder! Ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não tenhais medo! Abri, ou melhor, escancarai as portas a Cristo, ao Seu poder salvador! Abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos, assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem "o que está dentro do homem". Somente Ele o sabe! Hoje em dia é frequente o homem não saber o que traz no interior de si mesmo, no mais íntimo da sua alma e do seu coração, Frequentemente não encontra o sentido da sua vida sobre a terra. Deixa-se invadir pela dúvida que se transforma em desespero. Permiti, pois – peço-vos e vo-lo imploro com humildade e com confiança – permiti a Cristo falar ao homem. Somente Ele tem palavras de vida; sim, de vida eterna. ![]() Responsório Não tenhais medo: o Redentor do homem manifestou o poder da cruz dando a sua vida por nós! Abri, escancarai, as portas a Cristo! Somos chamados na Igreja a participar no seu poder. Abri, escancarai as portas a Cristo! |
quarta-feira, maio 04, 2011
homilia do Santo Padre Bento XVI
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