Padre José Assis
Na
quarta-feira passada, com o rito penitencial das Cinzas, iniciamos a Quaresma,
tempo de renovação espiritual para a celebração da Páscoa anual.
Neste
primeiro domingo da Quaresma entramos neste itinerário quaresmal, neste tempo
sagrado. A Quaresma é um dos tempos
litúrgicos mais determinantes da vida cristã. É sempre um convite à
conversão, porém está claro que não se pode fazer nenhuma mudança de atitude ou
de pensamento sem ser movido ou fortalecido pela fé.
Já ouvimos alguma vez que se chama
“quaresma” porque recorda o número quarenta, como os quarenta anos do povo
hebreu no deserto antes de entrar na “terra prometida” ou os quarenta dias que
Jesus passou no deserto preparando-se para sua grande missão.
Na
nossa vida também nós atravessamos vários momentos de “deserto”. O deserto é o
lugar do silêncio, da solidão, que nos coloca diante das grandes questões
existenciais. A Quaresma é um tempo, como um retiro espiritual para fazermos um
itinerário de reflexão sobre as tentações que nos assaltam no dia a dia, nos vários
desertos que experimentamos na vida. Pois, é na firmeza e no sofrimento da
nossa própria fé, que deveremos construir o caminho do Senhor nos novos
desertos que a história nos coloca.
Neste
primeiro domingo de Quaresma nos encontramos com um dos textos mais primitivos
do Antigo Testamento (cf. Dt 26,4-10). “Uma solene profissão de fé (vv. 4,9) inserida
numa liturgia de ação de graças pelos dons da terra, que prevê a oferta das
primícias dos frutos das colheitas (v. 10). A profissão de fé tem a forma de uma narração que parte
de Abraão, para chegar até à instalação na terra da promessa... A fé do povo de
Israel nasce da História: um conjunto de acontecimentos, iluminados por
palavras que lhe declaram o sentido. E porque intervém na história, o Senhor
revela-se como o Deus vivo: um Deus que tem olhos para ver, coração para
reagir, braço poderoso para intervir; um Deus que tem um projeto e que o
persegue com uma fidelidade que compreende e ultrapassa os séculos.” (Casarin, 2009.)
A
confissão de fé do povo hebreu tem a força da experiência vital, dos que
consideram que sua vida tem uma orientação determinada. Este povo nômade, descendente
de Abraão, passou por numerosas vicissitudes até ser uma nação. Esse povo é
Israel, que fez uma das experiências religiosas mais radicais, de um Deus que o
escolheu dentre todos os povos e se comprometeu com sua história, povo que
sentiu a libertação de Deus.
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