Padre José Assis.
O
Quarto Domingo do Advento é a porta do Natal. E essa porta é aberta pela figura
estelar do Advento: Maria. Ela se entrega ao mistério de Deus para que esse
mistério seja humano, acessível, sem deixar de ser divino e de ser mistério. E
por isso Maria é o símbolo de uma alegria recôndita.
Na
anunciação (cf. Lc 1. 39-45), acontecimento que o evangelho de Lucas pressupõe,
encontramos a hora estelar da história da humanidade. Mas é uma hora que
acontece no mistério silencioso de Nazaré, a cidade que nunca havia aparecido
em toda a história de Israel. É nesse momento quando se conhece pela primeira
vez que existe essa cidade, e ali há uma mulher chamada Maria, donde se achega
Deus, para encarnar-se, para fazer-se homem como nós, para ser não somente o
Filho eterno do Pai, senão o filho de Maria e irmão de todos nós.
O profeta Miquéias (séc. VIII a.C) (cf. Mq
5,1-4a), contemporâneo do grande profeta Isaías, com palavras menos brilhantes que
esse mestre, que refletem o ambiente rural de sua terra natal; mas com intuição
não menos radical, denuncia em
seu livro as injustiças e corrupções do prostituído ambiente do ímpio rei Acaz e
anuncia um juízo de Deus contra seu povo. Mas, também em sua mensagem há um aspecto
positivo: o castigo se transforma em chamado à conversão. “E tu, Belém-Éfrata,
pequena entre os clãs de Judá, de ti sairá para mim aquele que governará
Israel” (Mq 4,1). O profeta mantém a
esperança na salvação de um "resto" e anuncia os tempos
salvíficos a partir da humildade de Belém, onde havia nascido o rei Davi. Para
o profeta, o Messias deve vir de outra maneira de como o povo o esperava. Sua
experiência da invasão assíria lhe inspira uma mensagem que foi “adaptada” como
oráculo messiânico sobre Belém.
Esta é a mensagem de alegria da profecia de Miquéias: “A parturiente dará à
luz... Ele se erguerá e apascentará o rebanho pela força de Iahweh... Ele será
grande até os confins da terra e este será a paz!”
Como acontece em muitos oráculos
proféticos não há clareza entre o presente imediato e o futuro. Se olharmos o
texto em profundidade podemos perceber alguns aspectos interessantes e
teológicos: De novo o rei se destaca: suas origens humildes, como humildes
foram as de Davi, significados pela aldeia de Belém; sua continuidade com a
dinastia davídica; será o final do tempo atual de abandono e dispersão: no povo
se manifestará a obra de Deus que, através deste rei, cuidará dele; o objetivo
final é que o povo possa viver em paz, livre das angustias que agora sofre: por
isso este rei tem como nome a mesma paz.
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