Padre José Assis
Há nas leituras da Liturgia da Palavra deste
Domingo uma concreção litúrgica da missão de Jesus que me parece fundamental e
maravilhosa. Refiro-me inicialmente ao pequeno texto do Profeta Isaías (cf. Is
53, 10-11) e ao fragmento da Carta aos Hebreus (cf. Hb 4,14-16).
“Iahweh quis esmagá-lo pelo sofrimento. Porém, se
ele oferece a sua vida como sacrifício expiatório, certamente verá uma
descendência, prolongará seus dias e por meio dele o desígnio de Deus
triunfará.” (Is 10,10) É um dos
textos mais claros no qual se revela o valor redentor do sofrimento, de tal
maneira que a Igreja logo depois da morte e ressurreição de Jesus, se atreveu a
desafiar a teologia oficial do judaísmo que não admitia se falar de um Messias
que sofria para salvar seu povo. Para a Igreja primitiva o Messias Salvador não
podia deixar de participar solidariamente dos sofrimentos do seu povo, pois se
Deus sofre com seu povo, também Ele, o enviado do Pai, devia sofrer.
Mas, Deus, o Pai Eterno, o Infinitamente Bom quis “esmagar
pelo sofrimento” o seu Filho feito homem? Isto é um mistério que nos assombra e
nos confunde, que ofusca nossas possibilidades de compreensão. Jesus de Nazaré,
disse sim e submeteu-se aos planos do Altíssimo. Foi esmagado como vítima de
holocausto, derramado totalmente sobre o altar de Deus, sobre o altar da Cruz. Porém
este sacrifício de Cristo não se trata propriamente de sacrifício de satisfação,
porque Deus não necessita que alguém pague, seja castigado pelos outros que o
ofenderam. Ele passou pelo sofrimento e a morte, Ele assume as nossas dores e
misérias com o fim de as curar. É, definitivamente, essa ideia de solidariedade
com a humanidade que não sabe encontrar Deus. Pensar que Deus enviou seu Filho
ao mundo para sofrer ou que Ele queria sofrer seria uma concepção do
cristianismo fora do campo e da chave da misericórdia de um Deus-Amor que não
cobra resgates com a vida de seu Filho, mas sim o oferece como dom gratuito de
seu amor. leia mais na página de artigos através do link: http://www.paroquiadefatimacg.com.br/p/artigo-pe-assis.html

Nenhum comentário:
Postar um comentário