A liturgia deste Domingo, como a de todos os domingos nos dá uma
resposta à difícil pergunta de Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mc 8,29)
Essa pergunta que hoje nos faz o evangelho de Marcos (cf. Mc 8, 27-35) está presente, tem estado e estará na consciência de milhões de cristãos. É lógico transpor esta pergunta para o individual e dizer “quem é Jesus de Nazaré para mim?” Com isso, se busca converter a pergunta em motivação pessoal. E, sem dúvida, o emprego literal da frase nos situa na necessidade de uma resposta coletiva, de irmãos que formam toda a Igreja. E esse parece que é o desejo de Jesus da Nazaré quando perguntou a seus discípulos no caminho da Cesaréia de Filipe. Mas seja como for, coletiva ou individualmente, Jesus nos pergunta a todos e espera uma resposta.
Fazer-se uma pergunta muitas vezes é fundamental para de uma vez encontrarmos a resposta. Pois ninguém começa a ser cristão enquanto não der resposta a esta pergunta, dando prioridade absoluta à figura, obras e mensagem do Filho de Deus e colocando em um segundo plano tudo o mais, que, sem dúvida, é muito importante, mas que tende a embaçar a imagem do Senhor refletida na vidraça da rotina de nossas vidas.
É certo que cada um tem feito um retrato próprio do Mestre e é certo também, que muitos desses retratos não coincidem entre si, mas existem e moldam a vida do cristão. O mal é se alguém não tem em seu coração ou, inclusive, em sua imaginação, o retrato, a imagem de Jesus. Poderíamos quase dizer que, é preferível ter um “mal” retrato que não ter nada. O certo é que a pergunta de Jesus aos seus discípulos: “E, vós, quem dizeis que eu sou?” se mostra algumas vezes entre nós, sem resposta. É como se nunca terminássemos de conhecer o Mestre.
Pedro teve sorte, o Espírito lhe iluminou e lhe levou a definir com grande precisão quem era Jesus: “Tu és o Cristo” (v. 29), isto é, o “Rei Messiânico”. Mas, o próprio Pedro, mal conhecia o que em verdade, vinha a ser o Cristo ou o Messias, quis separar a pessoa de Jesus de sua vocação ou missão e recebeu do Mestre o pior apelido: ”Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens”. (v. 33) Também conosco acontece igual. Porque se verdadeiramente tivéssemos em nossa alma e em nossa mente a definição verdadeira de quem é Jesus, não nos distanciaríamos dele, dando, tantas vezes, prioridade a tantas coisas absurdas deste mundo.
Pedro, os discípulos e os contemporâneos de Jesus não compreendem a verdadeira personalidade e a missão de Jesus, o veem em continuidade com o passado. Não captam a sua novidade e a sua originalidade. Ele é como “João Batista, Elias ou um dos profetas”. (v. 28) Reconhecem apenas que Jesus é um homem convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão, como os antigos profetas. Mas, não vão, além disso.
Também hoje são inúmeras as pessoas que veem Jesus como “um homem bom”, atento aos sofrimentos dos outros, que sonhou com um mundo diferente; outros veem em Jesus um “mestre”, que tinha uma proposta de vida interessante, mas que não conseguiu impor os seus valores; alguns veem em Jesus um “líder de massas”, que acendeu a esperança das multidões carentes; outros ainda veem em Jesus “um revolucionário”, preocupado em construir uma sociedade mais justa, que procurou promover os pobres e os marginalizados e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em manter o “status quo”. Mas, todas estas visões apresentam Jesus como “um homem excepcional”, que marcou a história. Jesus foi apenas “um homem” que deixou as suas marcas na história, como tantos outros? “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v. 29)
É uma pergunta que deve ecoar nos nossos ouvidos e corações. Porém, responder a esta questão não significa repetir antigas lições do catecismo ou recorrer aos volumosos tratados de Teologia e Cristologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa em minha vida. Quem é Jesus para mim e para o resto dos cristãos?
A realidade é que poucos homens e mulheres tiveram o trabalho de dar resposta às grandes perguntas da vida. É possível que muitas pessoas “religiosas” passem a maior parte da vida sem nunca ter feito esses questionamentos, ainda que, talvez, se tenham feito várias vezes outras perguntas que eu chamaria secundárias ou suplentes. Provavelmente refletiram sobre algumas invocações da Virgem Maria, a vida e milagres do padroeiro da cidade, ou as virtudes do santo fundador da ordem ou movimento a que pertençam, mais intensamente que a mesmíssima e necessária pergunta em torno da figura de Cristo em suas vidas.
Reconhecer Cristo, a radicalidade de sua opção a favor dos mais pobres e marginalizados, seu sentido da pobreza evangélica, sua oposição em face à hierarquia judaica daquele tempo, seu desprendimento total pelas questões econômicas, seu afastamento de qualquer política, tudo isso surpreendem demasiadamente a muitos de nossos irmãos. Eu conheço muitos fieis cumpridores de suas obrigações religiosas que falam de Deus, suponho que seja o Deus-Pai; da Virgem Maria; de alguns santos e nunca falam de Cristo, de Jesus de Nazaré. Também para outros, Cristo está presente uma vez por semana, ou, inclusive todos os dias, pela Palavra escutada na celebração eucarística, mas sem deixar demasiados rastros. Escutam-se essas histórias queridas, estranhas, belas, do Evangelho, mas ficam entre as quatro paredes da Igreja, sem sair desses limites, e sem levá-las gravadas no coração. Talvez, as celebrações do Natal e Semana Santa aproximam um pouco mais da figura de Cristo, mas “outros valores constantes” seguem tendo prioridade. Estou exagerando? Acredito que não. Avaliemos um pouco e veremos que é assim.
“O Senhor abriu-me os ouvidos e eu não fui rebelde, não recuei. Ofereci o dorso aos que me feriam e as faces aos que me arrancavam os fios da barba; não ocultei o rosto às injúrias e aos escarros. O Senhor virá em meu socorro...” Este “servo de Iahweh” coberto de humilhações e que soube aguentar e obedecer a Deus, esta profecia de Isaías (cf. Is 50,5-9a), tanto os evangelhos sinóticos como a liturgia escolheu para relacioná-la com a paixão de Cristo e para salientar o messianismo de Jesus. Esta profecia narra ou define com grande exatidão, como iria ser a missão do Messias: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, depois de três dias, ressuscitar”. (v. 31) Assim em Marcos Jesus anuncia claramente a sua paixão e morte a seus discípulos, ainda que eles não o entendessem, porque não concebiam um Messias derrotado e humilhado.
Sinceramente muitos de nós mesmos, transcorridos mais de dois mil anos, tampouco entendemos bem esse sofrimento de Jesus, ainda que o admitamos e nos comova cada vez que o celebremos. Mais claro estamos do que de onde estava Pedro e seguimos nos perguntando: teria sido possível a redenção de outra maneira? É provável que, como no mesmo caso de Pedro, a resposta de Jesus a nós seria tão dura como a que ele recebeu. E, naturalmente, motivada pelo mesmo: “pensamos como homens, não como Deus”. E o intuito humano de que Deus pense como nós, é uma constante permanente. De fato, o desejo de construirmos um Deus sob nossa medida permanece, apesar de que Deus aproveita qualquer circunstância para dizer-nos o contrário.
O prodigioso mistério da Cruz, que celebramos nesta última sexta-feira, festa da exaltação da santa cruz (14 de Setembro), segue sendo algo difícil de explicar em nosso caso, com pensamento puramente humano. Paulo, em sua Carta aos Gálatas, parece tê-lo mais claro: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. (Gl 6,14) “Na cruz de Cristo, não só se realizou a Redenção através do sofrimento, mas também o próprio sofrimento humano foi redimido... Se um homem, se torna participante dos sofrimentos de Cristo, isso acontece porque Cristo abriu o seu sofrimento ao homem, porque Ele próprio, no seu sofrimento redentor, se tornou, num certo sentido, participante de todos os sofrimentos humanos.” (João Paulo II.)
A Cruz não é fatalismo, nem sequer uma exigência do Pai. A cruz é a consequência do compromisso livremente assumido por Jesus para revelar a Boa Notícia do amor do Pai-Deus. Por causa deste anúncio revolucionário, foi perseguido e não teve medo de dar sua vida como prova deste amor que vai até às últimas consequências.
”Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (v. 34) “Para o seguimento de Cristo, temos de entrar na fila, carregar a nossa própria cruz na via crucis comum, a cruz do sofrimento físico e psíquico, da renúncia ao egoísmo e à sensualidade, da incompreensão e falta de amor. Mas, como fez Cristo, pondo amor na dor. Então, esta muda de sinal. Participando nos sentimentos de solidariedade, serviço, disponibilidade e entrega absoluta de Cristo, também seremos participantes na glorificação... «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo». Este lema soa estranho ao homem de hoje, filho de um mundo que preconiza o desfrute da vida ao máximo, sem limitações para a liberdade nem freios para o capricho. Jesus não diz que se trata de renunciar a viver esta vida para alcançar a outra, nem de desprezar os valores humanos e materiais para possuir os bens espirituais. O dilema não é: esta vida ou a outra, mas esta vida subordinada e orientada para a outra. O que arruína a vida é salvar os interesses próprios: dinheiro, egoísmos e privilégios, à margem do evangelho, ou seja, do amor a Deus e ao próximo.” (Caballero, 2001)
Essa pergunta que hoje nos faz o evangelho de Marcos (cf. Mc 8, 27-35) está presente, tem estado e estará na consciência de milhões de cristãos. É lógico transpor esta pergunta para o individual e dizer “quem é Jesus de Nazaré para mim?” Com isso, se busca converter a pergunta em motivação pessoal. E, sem dúvida, o emprego literal da frase nos situa na necessidade de uma resposta coletiva, de irmãos que formam toda a Igreja. E esse parece que é o desejo de Jesus da Nazaré quando perguntou a seus discípulos no caminho da Cesaréia de Filipe. Mas seja como for, coletiva ou individualmente, Jesus nos pergunta a todos e espera uma resposta.
Fazer-se uma pergunta muitas vezes é fundamental para de uma vez encontrarmos a resposta. Pois ninguém começa a ser cristão enquanto não der resposta a esta pergunta, dando prioridade absoluta à figura, obras e mensagem do Filho de Deus e colocando em um segundo plano tudo o mais, que, sem dúvida, é muito importante, mas que tende a embaçar a imagem do Senhor refletida na vidraça da rotina de nossas vidas.
É certo que cada um tem feito um retrato próprio do Mestre e é certo também, que muitos desses retratos não coincidem entre si, mas existem e moldam a vida do cristão. O mal é se alguém não tem em seu coração ou, inclusive, em sua imaginação, o retrato, a imagem de Jesus. Poderíamos quase dizer que, é preferível ter um “mal” retrato que não ter nada. O certo é que a pergunta de Jesus aos seus discípulos: “E, vós, quem dizeis que eu sou?” se mostra algumas vezes entre nós, sem resposta. É como se nunca terminássemos de conhecer o Mestre.
Pedro teve sorte, o Espírito lhe iluminou e lhe levou a definir com grande precisão quem era Jesus: “Tu és o Cristo” (v. 29), isto é, o “Rei Messiânico”. Mas, o próprio Pedro, mal conhecia o que em verdade, vinha a ser o Cristo ou o Messias, quis separar a pessoa de Jesus de sua vocação ou missão e recebeu do Mestre o pior apelido: ”Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens”. (v. 33) Também conosco acontece igual. Porque se verdadeiramente tivéssemos em nossa alma e em nossa mente a definição verdadeira de quem é Jesus, não nos distanciaríamos dele, dando, tantas vezes, prioridade a tantas coisas absurdas deste mundo.
Pedro, os discípulos e os contemporâneos de Jesus não compreendem a verdadeira personalidade e a missão de Jesus, o veem em continuidade com o passado. Não captam a sua novidade e a sua originalidade. Ele é como “João Batista, Elias ou um dos profetas”. (v. 28) Reconhecem apenas que Jesus é um homem convocado por Deus e enviado ao mundo com uma missão, como os antigos profetas. Mas, não vão, além disso.
Também hoje são inúmeras as pessoas que veem Jesus como “um homem bom”, atento aos sofrimentos dos outros, que sonhou com um mundo diferente; outros veem em Jesus um “mestre”, que tinha uma proposta de vida interessante, mas que não conseguiu impor os seus valores; alguns veem em Jesus um “líder de massas”, que acendeu a esperança das multidões carentes; outros ainda veem em Jesus “um revolucionário”, preocupado em construir uma sociedade mais justa, que procurou promover os pobres e os marginalizados e que foi eliminado pelos poderosos, preocupados em manter o “status quo”. Mas, todas estas visões apresentam Jesus como “um homem excepcional”, que marcou a história. Jesus foi apenas “um homem” que deixou as suas marcas na história, como tantos outros? “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v. 29)
É uma pergunta que deve ecoar nos nossos ouvidos e corações. Porém, responder a esta questão não significa repetir antigas lições do catecismo ou recorrer aos volumosos tratados de Teologia e Cristologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa em minha vida. Quem é Jesus para mim e para o resto dos cristãos?
A realidade é que poucos homens e mulheres tiveram o trabalho de dar resposta às grandes perguntas da vida. É possível que muitas pessoas “religiosas” passem a maior parte da vida sem nunca ter feito esses questionamentos, ainda que, talvez, se tenham feito várias vezes outras perguntas que eu chamaria secundárias ou suplentes. Provavelmente refletiram sobre algumas invocações da Virgem Maria, a vida e milagres do padroeiro da cidade, ou as virtudes do santo fundador da ordem ou movimento a que pertençam, mais intensamente que a mesmíssima e necessária pergunta em torno da figura de Cristo em suas vidas.
Reconhecer Cristo, a radicalidade de sua opção a favor dos mais pobres e marginalizados, seu sentido da pobreza evangélica, sua oposição em face à hierarquia judaica daquele tempo, seu desprendimento total pelas questões econômicas, seu afastamento de qualquer política, tudo isso surpreendem demasiadamente a muitos de nossos irmãos. Eu conheço muitos fieis cumpridores de suas obrigações religiosas que falam de Deus, suponho que seja o Deus-Pai; da Virgem Maria; de alguns santos e nunca falam de Cristo, de Jesus de Nazaré. Também para outros, Cristo está presente uma vez por semana, ou, inclusive todos os dias, pela Palavra escutada na celebração eucarística, mas sem deixar demasiados rastros. Escutam-se essas histórias queridas, estranhas, belas, do Evangelho, mas ficam entre as quatro paredes da Igreja, sem sair desses limites, e sem levá-las gravadas no coração. Talvez, as celebrações do Natal e Semana Santa aproximam um pouco mais da figura de Cristo, mas “outros valores constantes” seguem tendo prioridade. Estou exagerando? Acredito que não. Avaliemos um pouco e veremos que é assim.
“O Senhor abriu-me os ouvidos e eu não fui rebelde, não recuei. Ofereci o dorso aos que me feriam e as faces aos que me arrancavam os fios da barba; não ocultei o rosto às injúrias e aos escarros. O Senhor virá em meu socorro...” Este “servo de Iahweh” coberto de humilhações e que soube aguentar e obedecer a Deus, esta profecia de Isaías (cf. Is 50,5-9a), tanto os evangelhos sinóticos como a liturgia escolheu para relacioná-la com a paixão de Cristo e para salientar o messianismo de Jesus. Esta profecia narra ou define com grande exatidão, como iria ser a missão do Messias: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, depois de três dias, ressuscitar”. (v. 31) Assim em Marcos Jesus anuncia claramente a sua paixão e morte a seus discípulos, ainda que eles não o entendessem, porque não concebiam um Messias derrotado e humilhado.
Sinceramente muitos de nós mesmos, transcorridos mais de dois mil anos, tampouco entendemos bem esse sofrimento de Jesus, ainda que o admitamos e nos comova cada vez que o celebremos. Mais claro estamos do que de onde estava Pedro e seguimos nos perguntando: teria sido possível a redenção de outra maneira? É provável que, como no mesmo caso de Pedro, a resposta de Jesus a nós seria tão dura como a que ele recebeu. E, naturalmente, motivada pelo mesmo: “pensamos como homens, não como Deus”. E o intuito humano de que Deus pense como nós, é uma constante permanente. De fato, o desejo de construirmos um Deus sob nossa medida permanece, apesar de que Deus aproveita qualquer circunstância para dizer-nos o contrário.
O prodigioso mistério da Cruz, que celebramos nesta última sexta-feira, festa da exaltação da santa cruz (14 de Setembro), segue sendo algo difícil de explicar em nosso caso, com pensamento puramente humano. Paulo, em sua Carta aos Gálatas, parece tê-lo mais claro: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. (Gl 6,14) “Na cruz de Cristo, não só se realizou a Redenção através do sofrimento, mas também o próprio sofrimento humano foi redimido... Se um homem, se torna participante dos sofrimentos de Cristo, isso acontece porque Cristo abriu o seu sofrimento ao homem, porque Ele próprio, no seu sofrimento redentor, se tornou, num certo sentido, participante de todos os sofrimentos humanos.” (João Paulo II.)
A Cruz não é fatalismo, nem sequer uma exigência do Pai. A cruz é a consequência do compromisso livremente assumido por Jesus para revelar a Boa Notícia do amor do Pai-Deus. Por causa deste anúncio revolucionário, foi perseguido e não teve medo de dar sua vida como prova deste amor que vai até às últimas consequências.
”Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (v. 34) “Para o seguimento de Cristo, temos de entrar na fila, carregar a nossa própria cruz na via crucis comum, a cruz do sofrimento físico e psíquico, da renúncia ao egoísmo e à sensualidade, da incompreensão e falta de amor. Mas, como fez Cristo, pondo amor na dor. Então, esta muda de sinal. Participando nos sentimentos de solidariedade, serviço, disponibilidade e entrega absoluta de Cristo, também seremos participantes na glorificação... «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo». Este lema soa estranho ao homem de hoje, filho de um mundo que preconiza o desfrute da vida ao máximo, sem limitações para a liberdade nem freios para o capricho. Jesus não diz que se trata de renunciar a viver esta vida para alcançar a outra, nem de desprezar os valores humanos e materiais para possuir os bens espirituais. O dilema não é: esta vida ou a outra, mas esta vida subordinada e orientada para a outra. O que arruína a vida é salvar os interesses próprios: dinheiro, egoísmos e privilégios, à margem do evangelho, ou seja, do amor a Deus e ao próximo.” (Caballero, 2001)
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